quinta-feira, 28 de março de 2013

Ofício das Trevas



O Ofício das Trevas (matutina tenebrarum) é uma liturgia cristã relacionada à Paixão de Cristo, que existe desde o século XIII. É o ofício das matinas e laudes de quarta, quinta e sexta-feira da semana santa.

Canta-se este ofício geralmente após a meia-noite, madrugada (matinas) ou ainda logo ao amanhecer (laudes)... e por isso o auxílio das luzes de velas torna-se indispensável.


O nome deriva-se de três situações de trevas:


1 - As trevas naturais de meia-noite ao amanhecer, ou seja, as horas destinadas à recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso nas trevas da noite: "Haec est hora vestra et potestas tenebrarum" ("Esta é a vossa hora e do poder das trevas." Lc 22, 53).

2 - As trevas litúrgicas, quando durante as cerimonias da paixão apagam-se todas as luzes na igreja, exceto uma, a luz de Cristo!

3 - As trevas simbólicas da paixão.

A ação desta liturgia exige silêncio e orações para mergulhar no mistério da paixão de Jesus. Ele junta lições e salmos em um belíssimo texto retirado do breviário e rezado junto com a comunidade. Durante os séculos houve muitas formas musicadas, inclusive não apenas na forma gregoriana, mas também na forma de música clássica.

No coro da Igreja é colocado um candelabro de formato triangular, conhecido como "tenebrarum", com 15 velas alinhadas. Uma delas é de cor branca e todas as outras são feitas de cera amarela e comum, como sinal de luto e pesar.


No final de cada um dos Salmos que vão sendo cantados, o cerimoniário apaga uma das velas. Ao mesmo tempo, as luzes da igreja vão sendo apagadas também. As velas são apagadas sucessivamente, até restar apenas uma, a branca. Esta vela não é apagada. Continua acesa e é levada para atrás do altar.

As velas que vão se apagando representam os discípulos, que pouco a pouco abandonaram Nosso Senhor Jesus Cristo durante a Paixão.

A vela branca escondida atrás do altar e, mais tarde, outra vez visível, significa Nosso Senhor que, por breve tempo, se retira do meio dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco depois, fulgurante de luz e de glória.


Ofício das Trevas em Frederico Westphalen - RS
No fim, apagam-se as luzes para simbolizar o luto da Igreja e a escuridão que baixou sobre a terra quando Nosso Senhor morreu.

O ruído de matracas no fim do ofício de trevas significa o terremoto e a perturbação dos inimigos, e recordam a desordem que sucedeu na natureza com a morte de Nosso Senhor.

Este rito remonta, portanto, ao tempo em que ainda não havia ofícios metodicamente organizados ou quando havia, conforme a estação do ano, mudança no número de salmos.

O Ofício das Trevas mostra, de forma bastante clara, a figura do Servo sofredor e, junto d'Ele, nos colocamos rezando e meditando sobre os sofrimentos de Sua Paixão e Morte na Cruz.


Baixe o Ofício das Trevas, no rito de forma ordinária, em português, aqui.



Fontes:

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