domingo, 26 de dezembro de 2010

Solenidade da Sagrada Família

Foi o próprio Deus que idealizou a família. Os filhos, que são dons d'Ele, devem ser o centro das famílias tal qual o Menino Deus foi na família de Nazaré. E assim como o Anjo de Deus guiou São José, as nossas famílias devem ser guiadas por Deus!

Nossa Senhora do Desterro - O Anjo de Deus guiando a Sagrada Família

"Se queremos ser verdadeira família devemos imitar o exemplo da Sagrada Família, que dobraram os seus joelhos, se colocaram diante de Deus, do qual provém toda paternidade, e o adoraram.
E então, adorando o Senhor, vamos carregando nossa cruz aqui na terra, sabendo que atrás de cada cruz Deus tem uma ressurreição escondida para nós. E peregrinos que somos, estrangeiros que somos, como a Sagrada Família exilada no Egito, vamos caminhando para a Pátria, a casa do Pai, que Jesus preparou para nós." (Pe. Paulo Ricardo)


Mensagem Doutrinal


A família de Deus. Quando falamos da família de Deus, só podemos fazê-lo de modo analógico. Em Deus não há sexualidade e, portanto, não existe um pai por um lado e uma mãe por outro. Também não há uma multiplicidade de natureza, e conseqüentemente uma mesma e única natureza é participada pelo Pai e pelo Filho. Contudo, a revelação nos fala de Deus como Pai, de Jesus Cristo como o Filho natural de Deus e dos cristãos como filhos adotivos de Deus. As características mais bonitas e plenas do pai e da mãe podem ser encontradas em Deus de modo eminente: seu amor generoso, desinteressado, sua capacidade de doa-ção, sua fecundidade, sua dedicação aos filhos, seu desejo de que cresçam sãos e sejam felizes. O cristão é um filho no Filho, e por isto, o Pai somente re-conhece como filhos aqueles que assimilam as mesmas características filiais de Jesus Cristo, seu Filho. Diante da realidade da família divina, são João exclama: "Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!". No evangelho, quando encontram Jesus perdido no Templo há três dias, ele diz: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?". É preciso que as nossas famílias se elevem até a família de Deus porque, de certo modo, ela é o estereótipo da família humana.

Sugestões Pastorais


Ser e fazer a família. Antes de mais, é necessário ser família. Isto quer dizer, com um pai, uma mãe e pelo menos um filho. O respeito ao ser humano é um pressuposto essencial, mas, ao mesmo tempo, penso que devemos ser claros e chamar cada coisa pelo nome. Creio que duas lésbicas com uma criança não são família, assim como dois homossexuais com uma criança também não são. Nestes casos, pelo menos na maioria das vezes, o fato é que nem Deus conta nem se conta com Deus.

Em segundo lugar, sendo família, devemos fazer a família. Ou seja, construir a cada dia o edifício familiar. A família se constrói com a colaboração de todos os seus membros, cumprindo cada um com as próprias funções, pai, mãe e filhos. Se as funções ou os papéis se modificam ou ultrapassam suas competências, a família não se constitui. Por exemplo, quando são os pais os que obedecem aos caprichos do filho ou dos filhos, ou os filhos sofrem com os caprichos dos pais (divórcio, amantes...). O edifício da família é uma construção inacabável, uma obra para toda a vida. É uma tarefa que exige o sacrifício de todos (esposos, pais, filhos) para que todos sejam felizes.

Salvem a família!


Hoje em dia podemos ver com clareza que a família está sendo atacada por muitos lados. É bem verdade que, até agora, a instituição familiar, apesar de muitas derrotas, tem resistido bem aos ataques. Cada vez parece mais claro aos políticos, sociólogos e aos homens dos meios de comunicação que a voz unânime da Igreja Católica, especialmente intensa a partir do século XX, de salvar a família para salvar a sociedade e o homem, é uma voz profética e cheia de sabedoria. A Igreja e todos os homens retos e justos devem elevar a voz muito alto para gritar: "Salvai a família!". Devemos salvá-la da linguagem errônea que a persegue por todos os lados. Devemos salvá-la de todos os vírus que a destroem: divórcio, infidelidade, mentalidade hedonista, in-dividualismo egoísta. Devemos salvá-la promovendo o sentido da família, valorizando a riqueza humana e espiritual da família. Devemos salvá-la formando os jovens no amor, na responsabilidade, na entrega e na capacidade de doação. Devemos salvá-la oferecendo diversos modelos de autêntica família. Ninguém pode fugir. Todos temos par-te nesta grande tarefa de salvar a família.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Deus é fiel às suas promessas, afirma Bento XVI

O Papa Bento XVI afirmou que Deus «é sempre fiel às suas promessas», mas que pode «surpreender» pela forma de cumpri-las, numa mensagem de Natal de rádio divulgada esta sexta-feira pela BBC.

«Estou feliz por ter a oportunidade de saudá-los novamente e de saudar os ouvintes agora que nos preparamos para celebrar o nascimento de Cristo», declarou o Papa na mensagem gravada quarta-feira em Roma e divulgada três meses depois da sua histórica visita à Grã-Bretanha.

«Deus é sempre fiel às suas promessas e surpreende-nos geralmente na forma como as cumpre», afirmou o chefe da Igreja Católica.

Bento XVI citou como exemplo o facto de que «os filhos de Israel esperavam o messias que Deus havia prometido e o imaginavam como um grande dirigente que os libertaria da dominação estrangeira», na época em que a Terra Santa formava parte da Império Romano.

«Mas Deus surpreendeu porque foi um menino, Jesus, que veio para salvá-los», completou.

O Sumo Pontífice concluiu a mensagem desejando um «feliz Natal» aos ouvintes.


domingo, 19 de dezembro de 2010

Antífona do Ó

O Sapientia quæ ex ore Altissimi prodisti, attingens a fine usque ad finem, fortiter suaviter disponens omnia: Veni ad docendum nos viam prudentiae.

O Adonái et Dux domus Israel, qui Móysi in igne flammæ rubi apparuísti, et ei in Sina legem dedísti: veni ad rediméndum nos in brácchio exténto.

O Radix Jesse qui stas in signum populorum, super quem continebunt reges suum, quem gentes deprecabuntur: Veni ad liberandum nos; jam noli tardare.

O Clavis David et sceptrum domus Israel: qui aperis, et nemo claudit; claudis et nemo aperit: Veni, et educ vinctum de domo carceris, sedentem in tenebris et umbra mortis.

O Oriens splendor lucis æternæ, et sol justitiæ Veni et illumina sedentes in tenebris et umbra mortis.

O Rex gentium et desideratus earum lapisque angularis, qui facis utraque unum: Veni et salva hominem quem de limo formasti.

O Emmanuel, Rex et legifer noster, exspectatio gentium, et Salvador earum: Veni ad salvandum nos, Domine Deus noster.

As Antífonas do Ó são sete antífonas especiais, cantadas no Tempo do Advento, especialmente de 17 a 23 de dezembro antes e depois do Magnificat, na hora canônica dasVésperas. As Antífonas do Ó são assim chamadas porque tem início com esse vocativo.

As Antífonas do Ó foram compostas entre o século VII e o século VIII, sendo um compêndio de cristologia da antiga Igreja, um resumo expressivo do desejo de salvação, tanto de Israel no Antigo Testamento, como da Igreja no Novo Testamento. São orações curtas, dirigidas a Cristo, que resumem o espítito do Advento e do Natal. Expressam a admiração da Igreja diante do mistério de Deus feito Homem, buscando a compreensão cada vez mais profunda de seu mistério e a súplica final urgente: «Vem, não tardes mais!». Todas as sete antífonas são súplicas a Cristo, em cada dia, invocado com um título diferente, um título messiânico tomado do Antigo Testamento.

A reforma liturgica pós Vaticano II, ao introduzir o vernáculo na liturgia, não esqueceu os textos das Antífonas do Ó, veneráveis pela antiguidade e atribuídos por muitos ao Papa Gregório Magno (+604). Ela os valorizou ainda mais com aclamação ao Evangelho da Missa, além de conservá-los como antífonas do Magnificat. Cada antífona é composta de uma invocação, ligada a um símbolo do Messias, e de uma súplica, introduzida pelo verbo "vir".

Se lídas em sentido inverso, isto é, da última para a primeira, as iniciais latinas da primera palavra depois da interjeição «Ó», resultam no acróstico «ERO CRAS», que significa «serei amanhã, virei amanhã», que é a resposta do Messias à súplica dos fiéis.

Com a Igreja, rezamos a Antífona do Ó:

Ó Sabedoria da boca do Altíssimo, que abrange o começo e o fim e compenetra tudo com sua força e brandura! Vem, mostra-nos o caminho do reconhecimento.

Ó Adonai, Deus forte, condutor da casa de Israel! Apareceste a Moisés no fogo da sarça ardente e lhe deste a lei do Sinai. Vem, salva-nos com teu braço levantado.

Ó rebento da raiz de Jessé e estandarte dos povos, em tua frente emudecem os reis e os povos clamam por ti. Não tardes mais, vem libertar-nos!

Ó chave de Davi e cetro da casa de Israel! Tu abres e ninguém fecha, tu fechas e ninguém abre. Vem e liberta os cativos quejazem no cárcere no meio cias trevas e das sombras da morte.

Ó Oriente, Tu surges, brilho da luz eterna e sol dci justiça! Vem e traze-nos tua luz traze-a a todos os que jazem nas trevas e nas sombras da morte.

Ó Rei dos povos, saudade de todos os homens, pedra angular que reúne o que estava separado! Vem e salva os homens que criaste do barro.

Ó Emanuel, nosso Rei e Juiz, saudade dos povos e Redentor! Vem salvar-nos, Senhor Deus nosso!"

"Derramai, ó céus, o vosso orvalho! Nuvens chovei o justo! 
Abra-se a terra e germine o Salvador!"


Fontes:


Rorate caeli desuper, et nubes pluant iustum!

"Rorate Caeli" é um tradicional canto do tempo de Advento, tendo o seu refrão sido inspirado no texto do profeta Isaías 45.

Assim, louvando a Tradição da Igreja, que nos traz este belíssimo canto na espera do Salvador, trazemos a sua tradução:

 Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Não vos irriteis, Senhor, e não recordeis nossas iniqüidades.
Eis que sua Cidade Santa foi feita um deserto:
Sião um deserto tounou-se, Jerusalém está desolada; 
a casa de Sua santificação e de Sua glória, onde Vos louvaram nossos pais.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Pecamos, e estamos vivendo como imundos,
caímos nas profundezas, como uma folha morta no universo
e nossas iniqüidades nos arrastam como um vento forte:
escondeste Vossa face de nós e nos aquebrantastes com o peso de nossa própria iniqüidade.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Vede, Senhor, a aflição de seu povo, 
e mandai rapidamente Aquele que está para vir:
enviai diante de nós o Cordeiro, Senhor de toda a Terra, da Rocha do deserto aos Montes das filhas de Sião,
e retirai o severo jugo de nossa sujeição.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Consolai-vos, Consolai-vos, Ó Meu povo, pois que vem tua Salvação.
Por que estais se consumindo em aflição, por que vos renovais em sua dor? 
Eu salvar-te-ei, não tenhais medo: Eu Sou o Senhor teu Deus,
o Santo de Israel, o teu Redentor.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo!



Apostolado Sociedade Católica: Rorate Caeli - Tradução. Tradução de Carlos Eduardo Maculan e Izabel Ribeiro Filippi. Disponível em: http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=430 Desde 19/12/2008.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ano Mariano 2012-2013



Papa Bento XVI em Lourdes

Mensagem do Padre Rodrigo Maria

Que reine em nossos corações o puro amor de Deus!


Aos católicos, movimentos, associações e a todos que ainda conservam a fé e acreditam no amor.

Caríssimos irmãos diante da situação dramática na qual se encontra o nosso mundo; tendo diante de nossos olhos o aumento da iniquidade, o avanço do mal, a destruição dos valores, a perca da fé e o esfriamento da caridade, somos impelidos a perguntar: Até quando isso continuará? O que podemos fazer para que tudo isso mude? Para que o mal seja superado e o amor volte a prevalecer? O que fazer para que Jesus seja mais conhecido, amado e adorado por todos?

Na verdade Deus já nos deu a resposta! Em meio a esta batalha espiritual O Senhor mesmo estabeleceu sua estratégia para esmagar a cabeça do inimigo, neutralizar a ação do mal. E estender seu reinado nos corações. Ele nos deu uma mãe! O próprio Jesus consagrou a Igreja aos cuidados de sua mãe Santíssima (“Eis aí a tua mãe”, Jo 25,19), colocando-nos sob sua autoridade, fazendo de nós seus filhos na ordem da Graça, entendendo sua maternidade espiritual sobre todos os corações para que ela nos ensinasse a amar a Deus em verdade levando-nos a fazer tudo quanto Jesus mandou.

Em Fátima (1917) a Santíssima Virgem nos recordou a vontade de Deus e sua estratégia para vencer o inimigo em meio a esta guerra espiritual; Ela nos disse: “Meu filho quer estabelecer ao mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. Eis o remédio para os nossos tempos! Uma verdadeira devoção a Santíssima Virgem. Uma devoção que nos coloque em seu colo, ou melhor, na escola de seu Imaculado Coração, onde devemos aprender o verdadeiro amor a Deus, tornando-nos cristãos autênticos, santos, a altura dos tempos difíceis em que vivemos. O mundo precisa de santos… e Deus determinou que estes fossem formados na escola do Imaculado Coração de sua Mãe Santíssima.

A Total Consagração é um meio privilegiado para se entrar no coração da Santíssima Virgem, pois por este meio, nós aceitamos livremente a maternidade espiritual de Nossa Senhora sobre nós, assumindo a condição de filhos como Jesus determinou. Se os cristãos conhecessem e vivessem a Total consagração a Santíssima Virgem, aprenderiam com a Mãe do Céu a amar a Deus e ao próximo como Jesus ensinou.

Jesus quer que se estabeleça no mundo a devoção ao coração de sua Mãe Santíssima. Como fazer?

Em 2012, o “Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem” escrito por São Luís Grignion de Montfort completará 300 anos, dando – nos uma singular oportunidade para difundir a devoção ali tão sublimemente ensinada. A concretização deste desejo do coração de Jesus expresso por Nossa Senhora e Fátima, tomará grande impulso, se conseguíssemos junto Santo Padre a graça de um ano Mariano de 2012 a 2013. Pois a exemplo do que aconteceu no ano sacerdotal, toda Igreja se volta para meditar a pessoa e a missão da Santíssima Virgem, tal como apresenta o padre de Montfort que por sua vez, poderia ser apresentado como exemplo de devoção a Santíssima Virgem, e por isso mesmo, de amor a Jesus Cristo.

Papa coroa Nossa Senhora de Lourdes
Irmãos, peçamos ao Santo Padre a Graça de um Ano Mariano em 2012 para que venha ao mundo o esperado Triunfo do Imaculado Coração de Maria e consequentemente o reinado de Jesus em cada coração. Falemos com todos para que enviem carta ao Santo Padre, o Papa, bem como para os cardeais; para os nossos bispos, padres, comunidades, associações e movimentos, pedindo a estes que façam o mesmo, ou seja, que envie ao Santo Padre e aos Cardeais um pedido para que em 2012 – 2013 sejam decretado Ano Mariano.

Segue em anexo um modelo de carta que foi enviada ao Santo Padre pedindo a Graça do Ano Mariano em 2012-2013.

Nos corações de Jesus e Maria,


Pe. Rodrigo Maria
Fraternidade Arca de Maria



Carta ao Papa

A Sua Santidade Bento XVI
Palazzo Apostolico

Città del Vaticano (Europe)

———————–

(Enviar cópia para:)

Ao Rev.mo Monsignore

Mons. Ettore Balestrero
Sotto-Segretario per i Rapporti con gli Stati

Segreteria di Stato
Città del Vaticano (Europe)

———————–

Recife, 21 de Setembro de 2010.

A Sua Santidade Papa Bento XVI


Beatissime Pater,

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Desejosos de contribuir com o retorno da humanidade a Cristo e com a restauração da Fé entre os batizados, queremos suplicar a Vossa Santidade a graça da proclamação de um Ano Mariano em 2012-2013 , quando o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luis Maria Grignion de Montfort completará 300 anos, bem como fará exatos 25 anos do último Ano Mariano que a Santa Igreja viveu (1987-1988), convocado pelo saudoso Papa João Paulo II.

A exemplo do que ocorreu no Ano Sacerdotal (2009-2010), quando toda Igreja meditou sobre a natureza e importância do sacerdócio cristão – havendo sido proposta a figura de são João Maria Vianney como modelo para os sacerdotes – um Ano Mariano que propusesse a Total Consagração a Jesus por Maria seria ocasião para renovação espiritual de todo povo e incremento de uma nova evangelização .

A Total Consagração ou Santa Escravidão de amor, como é ensinada pelo padre de Montfort é de uma perene atualidade pastoral uma vez que é radicada na renovação das promessas batismais, tornando-se assim meio privilegiado para recuperação da consciência de nosso batismo, bem como de nossa vocação a bem-aventurança eterna.

A proclamação de um Ano Mariano para toda a Igreja tornar-se-ia também uma resposta positiva ao desejo de Nosso Senhor expresso por sua Mãe Santíssima aos pastorinhos de Fátima em 1917, a qual disse : “Meu Filho quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. De fato, a total consagração a Santíssima Virgem traduz muito bem aquela santa dependência que Jesus quis que tivéssemos para com sua Mãe Santíssima a fim de que na escola de seu Imaculado Coração aprendessemos a fazer bem tudo quanto Ele mandou.

Por ser completamente cristocêntrica a devoção à Santíssima Virgem como é proposta por São Luis de Montfort, encontrou no Papa João Paulo II um grande acolhimento, aprovação e recomendação, ao ponto de tornar-se sua dileta via espiritual, mostrando mais uma vez sua atualidade.

Santidade, tudo que os nossos dias precisam é de verdadeiros seguidores de Cristo, de homens e mulheres santas que vivam o seu batismo, que amem a Santa Igreja e a humanidade e que não tenham medo de crer e viver a fé. E não temos duvidas que estes devem ser formados na bendita escola do Imaculado Coração de Maria, pois foi Cristo quem por primeiro nos consagrou e nos confiou aos cuidados desta Mãe Santíssima a fim de que ela nos ensinasse a amar a Deus de verdade.

Padre Santo, estamos em continua oração por Vossa Santidade e por Sua missão.

Em espírito de filial submissão, de joelhos, pedimos Sua Bênção paternal.

Nos corações de Jesus e Maria,


Padre Rodrigo Maria
Fraternidade Arca de Maria

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Santo Anjo da Guarda

“Porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.” (Sl 90,11-12)


“Não são eles por acaso os espíritos enviados a serviço,
por causa daqueles que herdarão a salvação?” (Hebreus 1,14)

Dentre os anjos de Deus, Ele escolhe nosso Anjo da Guarda, que é pessoal e exclusivo, cuja função é proteger-nos até o retorno da nossa alma à eternidade. Ele nos ampara e nos defende das dos perigos com que os espíritos maus nos tentam, na nossa vida terrena.

Os Anjos da Guarda estão repletos de dons e privilégios especiais, com uma missão insubstituível ao longo da criação. Eles possuem a natureza angélica espiritual, que é a síntese de toda a beleza e de todas as virtudes de Deus, por isso impossível de ser representada.

Em um dos seus textos, São Francisco de Sales esclarece que a tarefa dos anjos é levar as nossas orações à bondade misericordiosa do Altíssimo e de informar-nos se elas foram atendidas. Assim sendo, as graças que recebemos nos são dadas por Deus, que é o princípio e o fim de nossa vida, através da intercessão de nosso Anjo Bom.

Deus confiou cada criatura a um Anjo da Guarda. Esta é uma verdade que está em várias páginas da Sagrada Escritura e na história das tradições da humanidade, sendo um dogma da Igreja Católica, atualmente também confirmado pelos teólogos. A devoção dos anjos é mais antiga até que a dos próprios santos, ganhando maior vigor na Idade Média, quando os monges solitários receberam a companhia dessas invisíveis criaturas, cuja presença era sentida nas suas vidas de silenciosa contemplação e íntima comunhão espiritual com Deus-Pai.

Todavia o Eterno Guardião, como o Anjo da Guarda também é chamado, tão solicitado e cuidado durante a infância, está totalmente esquecido no cotidiano do adulto, que, descuidando de sua exclusiva e própria companhia, não se apercebe mais de sua angélica presença. Mas este espírito puro continua vigilante, constante dos pensamentos e de todas as ações humanas.

O Anjo da Guarda é um ser mais perfeito e digno do que nós, criaturas humanas. Não podemos ignorá-lo. Devemos amá-lo, respeitá-lo e segui-lo, pois está sempre pronto a proteger-nos, animar e orientar, para cumprirmos a missão da vida terrena, trilhando o caminho de Cristo e, assim, ingressarmos na glória eterna.


Missão

Assim que a criança nasce, no momento do parto, por determinação Divina o Anjo da Guarda daquele ser assume o seu posto de guardião e jamais se afasta, até o retorno da Alma à eternidade.

Santo Anjo da Guarda

É importante realçar esta realidade: sempre que nasce uma criatura na Terra, o Criador providencia o nascimento de seu Anjo da Guarda no Céu.

Então, significa dizer que cada Anjo Custódio é específico, ou seja, é feito especialmente para uma pessoa. O Santo Anjo da Guarda tem uma missão insubstituível ao longo da existência. Embora sempre silencioso e oculto, inspira a prática das boas intenções e boas obras; ilumina o espírito na busca da verdade, para que a mente não se afaste da doutrina correta; insinua sugestões a problemas de difícil solução; conduz as pessoas a cultivarem santos ideais, com o objetivo maior de dilatar cada vez mais o reino de Deus; estimula a prática da fidelidade, da justiça e do amor fraterno, zelando e orientando as pessoas pelo caminho da salvação eterna.
 
Por sua natureza Angélica espiritual, o Santo Anjo da Guarda é bonito, formoso, cativante e delicado, porque é uma emanação da beleza e das virtudes do Criador. A beleza Angélica está relacionada diretamente com as virtudes, dons e prerrogativas que o Anjo recebeu do Senhor.



A proteção dos Anjos da Guarda

Pe. Pio e seu Anjo da Guarda
No Antigo Testamento há um livro muito bonito, no qual se narra que Tobias devia fazer uma longa viagem, cheia de perigos. Então, busca um companheiro de viagem, e Deus envia o arcanjo Rafael que o acompanha e lhe mostra o bom caminho, devolvendo-o feliz a sua casa. Nós também vamos a caminho do céu; neste caminho existem muitos perigos para a nossa alma e o nosso corpo. Deus nos dá um companheiro de viagem que está sempre a nosso lado, ainda que não o vejamos: é o Anjo da Guarda. Nosso Anjo nos ama como o melhor dos amigos, nos protege dia e noite, e nos fala ao coração convidando-nos a fazer as coisas boas. Quando rezamos, ele apresenta nossa oração a Deus.

Por fim, nunca podemos nos esquecer que o Anjo da Guarda diariamente está diante da Face do Senhor. Então, verdadeiramente ele é um poderoso aliado se soubermos desfrutar de sua fiel e perseverante amizade.


O que diz a Igreja

Anjos da guarda: Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão. “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida.” Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens unidos em Deus. (CIC n 336)

Santo Agostinho, um dos Pais da Igreja, escreve:
"Os anjos estão conosco em toda hora e todo lugar, com muita atenção e incansável empenho nos auxiliam e prevêem nossas necessidades e se portam como mediadores entre nós e Deus e elevando a Ele nossos gemidos e suspiros... acompanhando-nos nas nossas viagens eles vão e voltam conosco atentos e observadores do nosso comportamento: se estamos sendo honestos e honrados em meio à maldade que nos cerca e observando a nossa intenção no empenho da salvação eterna." 
São Bernardo de Claraval resume em três atitudes o comportamento que as pessoas devem ter em relação ao Santo Anjo da Guarda:

- Atitude de Respeito: Porque é um ser mais perfeito e mais digno do que nós.


- Atitude de Confiança: Para confidenciar-lhe as dificuldades e pedir-lhe ajuda, luzes e disposição para cumprirmos a missão da vida.


- Atitude de Amor, Devoção e Gratidão: A fim de que sejamos dóceis às suas inspirações, porque na realidade são inspirações de Deus; ter confiança nas iniciativas dele e agradecer ao Santo Anjo da Guarda a preciosa e benéfica intercessão junto ao Criador.

“A teu respeito ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus acminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por sua misericórdia e suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou por que inclinas para ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuides dele. Enfim, a ele envias o teu Unigênito, infundes o teu Espírito, prometes até a visão de tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os teus santos espíritos a servir-nos, confias-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos.
A teu respeito, ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverencia deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverencia pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor. Estão para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam.
Sejamos-lhes fieis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados.
Assim, irmãos, nele amemos com ternura seus anjos como futuros co-herdeiros nossos, e enquanto esperamos nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois nada estamos sob tutela quais meninos que em nada diferem dos servos.
Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fieis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu.”
(Liturgia das Horas: Dos Sermões de São Bernardo, abade, Séc. XII).

Oração
Deus, que na vossa misteriosa providencia mandais os vossos Anjos para guardar-nos, concedei que nos defendam de todos os perigos e gozemos eternamente do seu convívio. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a Ti me confiou a piedade divina, hoje e sempre, me rege, guarda, ilumina." Amém.


Oração Ortodoxa (do Livro de orações russo)
Anjo de Deus, meu santo protetor, que me foi enviado por Deus para minha proteção, fervorosamente eu lhe imploro: me ilumine e me preserve de todo o mal, me oriente nas boas ações e me direcione no caminho da salvação. Amém.


Material baseado no livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España de autoria de Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela e traduzido para o português pelo Pe. Antônio Carlos Rossi Keller. Fonte: wiki.cancaonova

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar?"

Esse Sérgio Cabral é o mais fanfarrão! Desprezo-o como político e agora também como pessoa.
Nem precisa de legenda!

SÃO PAULO, 15 Dez. 10 (ACI) .- Em um evento em São Paulo, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral criticou a atual legislação brasileira de hipócrita lançando ao público a pergunta: "Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar?" "Meus amigos, vamos encarar a vida como ela é", afirmou também.

Em resposta à falácia abortista do governador do Rio, o autor e apresentador brasileiro Felipe Aquino, do Canal Canção Nova, afirma que "a posição do sr. governador contrasta radicalmente contra o que deseja o povo brasileiro" que em sua grande maioria (82%) desaprova a legalização da prática anti-vida.

O governador do Rio de Janeiro fez esta pergunta ao criticar a legislação brasileira que condena o aborto com pena de prisão exceto em dois casos: quando a mãe corre risco de vida ou no caso de estupro. Vale à pena recordar, que no Município do Rio de Janeiro, onde vive o governador Cabral, um conhecido promotor do aborto, o MPF suspendeu a necessidade da ocorrência policial de estupro para que as mulheres possam fazer um aborto através do SUS. Em outubro deste ano o site pró-vida Espaço Vital denunciou que "as gestantes vítimas de estupro que quiserem interromper a gravidez têm o direito de fazer a cirurgia pelo SUS, independente de apresentar registro de ocorrência policial" na cidade do Rio de Janeiro.

Em resposta à pergunta do governador no evento em São Paulo, o Prof. Felipe Aquino assevera:

"É preciso responder esta sua infeliz pergunta".
"Gostaria de responder ao Governador, em meu nome - e creio, em nome de muitos - que jamais tive "uma namoradinha que fez aborto". Jamais eu teria a coragem de usar uma moça; e, pior ainda, depois fazê-la abortar. A formação que recebi de meus pais, de meus professores, e pela voz de Deus que fala na minha consciência, jamais eu teria a coragem de tal ato hediondo e pecaminoso" , afirmou o Prof. Aquino.

"A pergunta do sr. governador nos leva a entender que ele deseja que o aborto seja descriminalizado para que os jovens imaturos possam continuar matando o fruto de um namoro sem compromisso, irresponsável? Será que há meninas que possam ser usadas como "namoradinhas" de uso e abuso? Quem aceitaria isso para sua filha ou irmã? Ora, é preciso ter mais respeito a tantas meninas e moças que se tornam vítimas nas mãos de rapazes desumanos. Quantas tiveram mesmo que abortar? E quantas estão sozinhas criando seus filhinhos porque tiveram a coragem e a dignidade de respeitar a vida do seu filho?", questionou o apresentador e blogger da CN.

O Prof. Aquino recordou também que «quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil a última vez, em 1997, fez uma pregação para os jovens no Maracanã, quando disse, entre muitas coisas que: "Por causa do chamado "amor livre" há no Brasil milhares de filhos órfãos de pais vivos. E muitos nem mesmo tem o "direito de nascer"».

"Que uma criança seja órfã porque o pai morreu, paciência, mas deixá-la órfã com o pai vivo, sem o seu carinho e proteção, é uma covardia", afirmou o autor católico brasileiro.

"O Sr. governador do Rio de Janeiro afirma que manter a lei da criminalização do aborto é hipocrisia. Eu gostaria de perguntar-lhe o que é, então, matar uma criança inocente e indefesa no ventre da mãe?", rebateu o Professor Felipe.



Ícone Ortodoxo contra o aborto
O perito em temas de família, recorda também a recente pesquisa do Instituto de Pesquisa "Vox Populi", encomendada pelo Portal iG, "divulgada em 5/12/2010, onde mostra que 82% dos brasileiros são contra a legalização do aborto, 87% contra a liberação das drogas e 60% contra as uniões civis de homossexuais. Para 72% das pessoas, "o futuro governo da presidente Dilma Rousseff não deveria sequer propor alguma lei que descriminalize o aborto" – a posição é compartilhada por católicos (73%), evangélicos (75%) e membros de outras religiões (69%)".

"Portanto, a posição do sr. governador contrasta radicalmente contra o que deseja o povo brasileiro", afirmou energicamente Aquino.

"Como pode um governante se opor tão paradoxalmente à vontade popular, se ele foi eleito para representar esse povo? Por outro lado, a pergunta do governador mostra um descaso tão grande à vida do ser humano ainda não nascido, e um desrespeito tão grande ao namoro, que faz doer o coração", pergunta o Prof. Felipe Aquino.

"Será que não há lições melhores a serem dadas aos nossos jovens? Será que algumas autoridades não deveriam pensar melhor naquilo que dizem?", concluiu.



O artigo completo do Prof. Felipe Aquino pode ser visto no seu blog.


Urgente! Disque 100 contra o aborto. Veja aqui como fazer!

Espera do Senhor - Ir. Kelly Patrícia

Essa música da Ir. Kelly Patrícia tem tudo a ver com esse tempo forte do Advento, em que aguardamos a vinda do Senhor, orando e vigiando.


♫  Não sei Senhor
A hora em que vireis
Portanto velo sem cessar, fico atenta
Como vossa esposa eleita
Porque sei que gostais de vir sem ser notado
Mas o coração puro, de longe, Senhor, vos perceberá (2x)
Aguardo-vos Senhor, com quietude e silêncio
Com grande saudade em meu coração
Sinto que o amor para convosco se transforma em fogo
E como uma chama se elevará ao céu no fim da vida (2x)
E então serão satisfeitos todos os meus desejos (2x)

Não sei Senhor, a hora em que vireis... 
♫ 

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

São João da Cruz - 14 de Dezembro


Seu nome de batismo era Juan de Yepes. Nasceu em Fontivaros, na província de Ávila, Espanha, em 1542, talvez em 24 de junho. Ainda na infância, ficou órfão de pai, Gonzalo de Yepes, descendente de uma família rica e tradicional de Toledo. Mas, devido ao casamento, foi deserdado da herança. A jovem, Catarina Alvarez, sua mãe, era de família humilde, considerada de classe "inferior". Assim, com a morte do marido, que a obrigou a trabalhar, mudou-se para Medina, com os filhos. 


Naquela cidade, João tentou várias profissões. Foi ajudante num hospital, enquanto estudava gramática à noite num colégio jesuíta. Então, sua espiritualidade aflorou, levando-o a entrar na Ordem Carmelita, aos vinte e um anos. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de completar seus estudos de filosofia e teologia. Mesmo dedicando-se totalmente aos estudos, encontrava tempo para visitar doentes em hospitais ou em suas casas, prestando serviço como enfermeiro. 

Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos, mudando o nome. Na época, pensou em procurar uma Ordem mais austera e rígida, por achar a Ordem Carmelita muito branda. Foi então que a futura santa Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com autorização para promover, na Espanha, a fundação de conventos reformados, ela também tinha carta branca dos superiores gerais para fazer o mesmo com conventos masculinos. Tamanho era seu entusiasmo que atraiu o sacerdote João da Cruz para esse trabalho. Ao invés de sair da Ordem, ele passou a trabalhar em sua reforma, recuperando os princípios e a disciplina. 

João da Cruz encarregou-se de formar os noviços, assumindo o cargo de reitor de uma casa de formação e estudos, reformando, assim, vários conventos. Reformar uma Ordem, porém, é muito mais difícil que fundá-la, e João enfrentou dificuldades e sofrimentos incríveis, para muitos, insuportáveis. Chegou a ser preso por nove meses num convento que se opunha à reforma. Os escritos sobre sua vida dão conta de que abraçou a cruz dos sofrimentos e contrariedades com prazer, o que é só compreensível aos santos. Aliás, esse foi o aspecto da personalidade de João da Cruz que mais se evidenciou no fim de sua vida. 

Conta-se que ele pedia, insistentemente, três coisas a Deus. Primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo, não deixá-lo sair desse mundo como superior de uma Ordem ou comunidade. Terceiro, e mais surpreendente, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos seres humanos. Para ele, fazia parte de sua religiosidade mística enfrentar os sofrimentos da Paixão de Jesus, pois lhe proporcionava êxtases e visões. Seu misticismo era a inspiração para seus escritos, que foram muitos e o colocam ao lado de santa Tereza de Ávila, outra grande mística do seu tempo. Assim, foi atendido nos três pedidos. 

Pouco antes de sua morte, João da Cruz teve graves dissabores por causa das incompreensões e calúnias. Foi exonerado de todos os cargos da comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono. Faleceu após uma penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas quarenta e nove anos de idade, no Convento de Ubeda, Espanha. 

Deixou como legado sua volumosa obra escrita, de importante valor humanístico e teológico. E sua relevante e incansável participação como reformador da Ordem Carmelita Descalça. Foi canonizado em 1726 e teve sua festa marcada para o dia de sua morte. São João da Cruz foi proclamado doutor da Igreja em 1926, pelo papa Pio XI. Mais tarde, em 1952, foi declarado o padroeiro dos poetas espanhóis.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ADVENTO COM O PROFETA ISAÍAS



O profeta Isaías é chamado “o quinto evangelista”. Por quê? Porque, séculos antes de Jesus, enquanto profeta, portanto, falando em nome Deus, interpretou a realidade do seu tempo em termos que certamente ao mesmo tempo apontavam para o que haveria de acontecer com o próprio Jesus. São famosas, por exemplo, as palavras de Isaías que a Igreja aplica a Jesus particularmente na Sexta-Feira da Paixão: tem-se a impressão de que o profeta assistiu aos sofrimentos do Redentor e os registrou pormenorizadamente.

A Igreja nos propõe a leitura de Isaías também no tempo litúrgico do Advento. Também neste caso parece que o profeta viu com seus olhos a chegada do Salvador do mundo e, por isso, exortou as pessoas do seu tempo a se prepararem para acolhê-lo devidamente. Aliás, é o que faz São João Batista, repetindo aos homens e mulheres do seu tempo as mesmas palavras de Isaías.

Por isso, Isaías é figura importante do tempo do Advento e convém que prestemos atenção às suas exortações. O que ele diz? No primeiro domingo do Advento Isaías contempla, em visão, o monte de Sião, onde está construída Jerusalém e, nela, se ergue o templo do Senhor. Ele vê todos os povos voltarem seus olhos para lá e acorrerem ao encontro do Senhor a fim de ouvir sua Palavra e observar seus preceitos, porque é precisamente no templo do Senhor que o Senhor habita.

Não foi em Jerusalém que Jesus se manifestou ao mundo como Salvador de todos os povos? Não foi em Jerusalém que ele foi crucificado e ressuscitou? Pois que seja assim também durante o tempo do Advento: que todos os corações se voltem para Jerusalém, propriamente, se voltem para Jesus.

No segundo domingo do Advento Isaías retorna e diz que “naqueles dias, nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, sugira o rebento de uma flor; sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus” (Isaías 11,1-2). Em seguida, anuncia um mundo novo de justiça e de paz por obra do Messias: “Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações, e gloriosa será sua morada” (Isaías 11,10).

Novamente o profeta aponta para o futuro Messias ao qual acorrerão todos os povos, pois Ele é a Salvação. Dessa forma, o profeta exortava seus contemporâneos a manterem firme a esperança na vinda do Salvador do mundo. Foi o Advento mais longo, mais esperado, até que se realizou em Jesus.

Por isso, João Batista, que é recordado no Evangelho do segundo domingo do Advento, também ele apela para o profeta Isaías: o profeta se autodefinia como “a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas” (Mateus 3,3). Também hoje ressoa o convite de Isaías, pela voz de João Batista e pela voz da Igreja: endireitar os caminhos, preencher os vales, arrasar os montes da vida para que o Messias, Jesus, possa vir ao nosso encontro no Natal.

No terceiro domingo do Advento as palavras de Isaías são uma conclamação à alegria pela proximidade da vida do Salvador: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores” (Isaías 36,1-2). O texto prossegue: “Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmais os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é o vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar” (Isaías 35,3-4).

O Advento não é só tempo de olhar para Jerusalém (primeiro domingo), de preparar o caminho do Senhor (segundo domingo), mas também de alegrar-se porque o Senhor está para chegar (terceiro domingo). A alegria messiânica, tão bem celebrada pelo evangelista São Lucas, é um dos sinais da chegada do Messias. Esta é a razão pela qual o terceiro domingo do Advento é chamado, em latim, “Dominica Laetare”, isto é, “Domingo do Alegrai-vos”, e o celebrante pode vestir-se de cor-de-rosa, em vez de roxo, precisamente para significar a alegria da proximidade do Redentor.

Finalmente, no quarto domingo do Advento o profeta Isaías aponta para Nossa Senhora, aquela que será a Mãe do Messias: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (que significa “Deus conosco”) (Isaías 7,14). Dessa forma, nós também somos convidados a olhar para Maria, a portadora do Senhor que vem ao nosso encontro com Jesus nos braços, o que ocorre particularmente no Natal.

Como você vê, Isaías nos ajuda a viver em profundidade o Advento e a nos preparar bem para o santo Natal. Fique atento à Palavra de Deus, alegre-se, admire e agradeça a Providência divina que, séculos antes do nascimento do Salvador, anunciou por boca de Isaías o que iria acontecer: o nascimento do Filho de Deus, que recebeu o nome de “Jesus”, isto é, “Deus salva”. O Natal é o início da nossa salvação: como não alegrar-se? Mas é preciso também preparar-se. Viva intensamente o Advento para celebrar intensamente o Natal!