quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sede Vacante


Nihil innovetur (não se inove nada)
Termina hoje, dia 28 de fevereiro de 2013, as 16h (horário de Brasília), o pontificado do Papa Bento XVI. A Santa Sé estará vacante, que significa o período entre a renúncia válida do Papa (ouo falecimento) e a eleição do seu sucessor. Durante esse tempo, o governo da Igreja é confiado ao Colégio Cardinalício. A Constituição Apostólica Universi Domini Gregis sobre a vacância da Sede Apostólica e a eleição do Romano Pontífice, promulgada pelo Beato Papa João Paulo II em 22 de Fevereiro de 1996, estabelece as normas que regem a administração Santa Sé neste período.

Cessa o exercício das funções de todos os Responsáveis dos Dicastérios da Cúria Romana e seus membros, excetuando-se o Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana e o Penitenciário-Mor. Estes continuam despachando assuntos ordinários, submetendo ao Colégio dos Cardeais o que deveria ser referido ao Sumo Pontífice. Caso estejam vagos estes cargos, por ocasião da vacância, ou antes da eleição, o Colégio deverá eleger um Cardeal ou Cardeais para exercê-los. 

A Constituição Apostólica Universi domini gregis, especialmente em seu número 84, orienta os fiéis e a Igreja como um todo sobre como proceder durante o período vacante:
84. Durante a Sé vacante, e sobretudo no período em que se realiza a eleição do Sucessor de Pedro, a Igreja está unida, de modo muito particular, com os Pastores sagrados e especialmente com os Cardeais eleitores do Sumo Pontífice, e implora de Deus o novo Papa como dom da sua bondade e providência. Com efeito, seguindo o exemplo da primeira comunidade cristã, de que se fala nos Atos dos Apóstolos (cf. 1,14), a Igreja universal, unida espiritualmente com Maria, Mãe de Jesus, deve perseverar unanimamente na oração; deste modo, a eleição do novo Pontífice não será um fato disjunto do Povo de Deus e reservado apenas ao Colégio dos eleitores, mas, em certo sentido, uma ação de toda a Igreja. Estabeleço, portanto, que, em todas as cidades e demais lugares, ao menos naqueles de maior importância, após ter sido recebida a notícia da vacância da Sé Apostólica e, de modo particular, da morte do Pontífice, depois da celebração de solenes exéquias por ele, se elevem humildes e instantes preces ao Senhor (cf. Mt 21,22; Mc 11,24), para que ilumine o espírito dos eleitores e os torne de tal maneira concordes na sua missão, que se obtenha uma rápida, unânime e frutuosa eleição, como o exigem a salvação das almas e o bem de todo o Povo de Deus.
A renúncia do Papa Bento XVI e a consequente vacância da Sede Papal suscitou em toda a Igreja diversas dúvidas de ordem prática: como se fará a escolha do novo Papa, como ele se chamará, como deveremos rezar por ele?


"Amar a Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões difíceis,
tendo sempre presente o bem da Igreja, e não o de si próprio" (Papa Bento XVI)
Conforme comunicado recente do Vaticano, Joseph Ratzinger continuará a usar o nome de Bento XVI e o título honorífico de "Sua Santidade". Ele deverá ser chamado de "Papa emérito" ou "Pontífice Romano Emérito". Já o seu anel papal deverá ser quebrado, como prescreve a tradição quando termina um pontificado. Bento XVI foi o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos. Como o nome dos bispos eméritos não é pronunciado nas Orações Eucarísticas, o do Papa Bento XVI também não deverá ser pronunciado no período de vacância. A razão é simples: na Oração Eucarística, invocar o nome do Papa não se trata apenas de um gesto de piedade, de uma oração deprecatória, mas de um ato que atesta nossa comunhão com o pastor da Igreja local e, neste caso específico, da Igreja universal.


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