quarta-feira, 4 de abril de 2012

Páscoa


Hoje em dia, praticamente não se vive a festa da Páscoa. Temos uma data puramente comercial sem maior significado religioso. Consideram que o importante é ovo de chocolate, o coelho da Páscoa e, o pior, a Semana Santa, para muitos, não passa de um fim de semana prolongado. O número de cristãos e "católicos" que nesta época vão para as praias e viagens de turismo ou festas mundanas, é simplesmente desconcertante! Diante disso, devemos recuperar, em nossas comunidades o sentido da festa da Páscoa, isto é, a Ressurreição de Jesus, Sua vitória e a manifestação do Seu poder sobre o pecado. Ao mesmo tempo, é a data em que celebramos a vida nova que recebemos no batismo, a nossa passagem da morte para a vida, da escravidão para a vida e da cegueira para a justiça.

Semana Santa começa com a celebração do Domingo de Ramos e termina com o Tríduo Pascal: Quinta e Sexta e Sábado Santo.
Conhecida como “Semana Maior” é para nós católicos a semana em que nos preparamos intensamente para celebrar o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor

Sendo a mais importante festa dos cristãos, centro dos mistérios da vida de Nosso Senhor, todos os católicos devem realizar este mínimo de amor por Jesus Sacramentado. Quantas pessoas receberam a graça da conversão devido à confissão para a comunhão pascal!

 
A Páscoa do Senhor não é um acontecimento passado, do qual apenas se recorda, mas, acontece no hoje da liturgia. Fazer memória dos acontecimentos salvíficos possui uma densidade espiritual para os cristãos, pois eles se realizam novamente. Assim, quando se vive a Semana Santa, vive-se todo o drama, todo o conflito de vontades que Jesus e todos os envolvidos viveram.

A Semana Santa é o ápice da vida cristã, por isso, deve ser vivida em toda sua plenitude e intensidade. Ela começa na agonia do Getsêmani, quando a vontade humana e a divina de Jesus se chocam. Quando Deus se esconde e tem que ser procurado. E prossegue quando Ele é abandonado por todos, despedido de todas as prerrogativas, justo ele, que tudo tinha e nada ganhou por assumir a condição humana. O verdadeiro Jó.

Cada ser humano encontra-se hoje no tempo da decisão, no tempo de corresponder a Deus, dizendo “sim” para o amor que ele oferece. Como o povo eleito, cada homem, cada mulher encontra-se naqueles quarenta anos de deserto, libertados das garras de Satanás, mas ainda fora da Terra Prometida, no desafio de Meribá e Massá. Acontece que a raça humana é miserável, incapaz de elevar-se à Deus. E, por isso, em seu infinito amor, Deus manda seu Filho, que se faz homem, verdadeiramente homem, para que um coração humano possa amá-lo como Ele deseja ser amado.

Jesus morreu para que cada ser humano pudesse ser resgatado do pecado. É o que diz o Catecismo da Igreja Católica:
Morreu por nossos pecados segundo as escrituras. Este projeto divino de salvação mediante a morte do “Servo, o Justo” havia sido anunciado antecipadamente na Escritura como um mistério de redenção universal, isto é, de resgate que liberta os homens da escravidão do pecado. (601)
O sacrifício de Jesus concluído na cruz deve ser para cada cristão o motivo para empregar ainda mais empenho na busca pela santidade. E este é momento ideal para a conversão, para o encontro pessoal com Deus, para se deixar moldar por Ele, morrendo para os próprios pecados, deixando-se encher pelo vinho novo.

Morrer para os próprios pecados é condição sem a qual não é possível viver plenamente a Páscoa. Mergulhar nos mistérios pascais, desejando abandonar-se neles, querendo vivê-los em conformidade com Cristo e com a Igreja é viver em comunhão espiritual e sacramental o tempo forte de conversão que é a Semana Santa.
“Não é tarde, nem tudo está perdido… Ainda que assim te pareça. Ainda que o repitam mil vozes agoureiras. Ainda que te assediem olhares trocistas e incrédulos… Chegaste num bom momento para carregar a Cruz: a Redenção está-se fazendo – agora! –, e Jesus necessita de muitos Cireneus” São Josemaria Escrivá, Via Crucis

Que todos possamos viver a Semana Santa com profundidade, em comunhão espiritual e sacramental, desejando verdadeiramente a conversão, buscando a Deus escondido, para que Ele possa, enfim, revelar-se e fazer-nos novos homens e mulheres. Lembremo-nos ainda de que só pode cantar o “Aleluia” quem viveu o Calvário!


Feliz e Santa Páscoa!!!
 

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