segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Nossa Senhora de Guadalupe

Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é emocionante também. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano. 

Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim, foi o escolhido para ser o portador de sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu a ele várias vezes. 

A primeira vez, quando o índio passava pela colina de Tepyac, próxima da Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Emocionado, o índio procurou o bispo, João de Zumárraga, e contou-lhe o ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não, iniciar a construção. 

Passados uns dias, Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora. 

Deu-se, então, o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da colina onde, anteriormente, as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a unção dos enfermos a um tio seu, que agonizava. De repente, Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. Tranqüilizou-o quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de o país atravessar um rigoroso inverno. Mas obedeceu e, novamente surpreso, encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao bispo como prova de sua presença. 

E assim fez o fiel índio. Ao abrir o manto cheio de rosas, o bispo viu formar-se, impressa, uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome. 

A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos. 

O local se tornou um enorme santuário, que abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa colina, e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele, está guardado o manto de são João Diego, em perfeito estado, apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama, carinhosamente, de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição. 

Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o papa João Paulo II visitou o santuário e consagrou, solenemente, toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

Nuestra Señora de Guadalupe, ora pro nobis!

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Muitos cientistas têm ido ao México, à Basílica de Guadalupe, para decifrar o enigma do manto (tilma) do índio Juan Diego, onde está gravada a imagem de Maria, e que se encontra exposto para visitação dos fiéis.

1) A TILMA (manto) E A "PINTURA"

a) O primeiro milstério, com o qual se deparam os cientistas, é o material com que foi feito a tilma: uma fibra vegetal, própria do México, que possui uma durabilidade estimada em 20 anos. Depois disso, ela começa a se oxidar e a se deteriorar. Aqui encontra-se o primeiro mistério: o manto está em perfeita conservação já há 500 anos. Fato para o qual os experts não encontram uma explicação lógica.

b) O outro mistério sem uma explicação convincente é a respeito da pintura impressa. Ao longo de muitos anos foram feitas várias investigações científicas, como por exemplo, a de um cientista austríaco (vencedor do prêmio Nobel de Química), em 1936, ou a de um professor em 1954 e, a última, a de dois cientista americanos.

Estes cientistas dos Estados Unidos estudaram a imagem da Virgem Maria com raios infra-vermelhos, ficando vivamente admirados. De acordo com o laudo que apresentaram, não há qualquer traço de pincel no manto, o qual, nem sequer estava preparado para receber uma pintura. Parece-lhes uma imagem impossível. Continua o laudo: os pigmentos de "tinta" existentes na imagem não têm origem nem no reino animal, nem vegetal e nem mineral; não pertencem a nenhuma categoria existente neste mundo. Também não é uma pintura sintética.

2) OS OLHOS DA IMAGEM

Em seguida os cientistas se dispuseram a estudar os olhos da Virgem de Guadalupe com potentíssimos aparelhos e computadores. Verificaram, então, que dentro dos olhos da imagem existem figuras refletidas - como os olhos de uma pessoa, por exemplo, quando está de frente para uma janela luminosa. Estas figuras são humanas, mais precisamente, são o índio Juan Diego, o bispo, um índio e outras pessoas, todas presentes na sala onde o índio "abriu" o manto para mostrar as rosas.

O LAUDO ESPECÍFICO DOS OLHOS DA VIRGEM MARIA

A córnea direita da imagem mede apenas 8 milímetros e ela reflete imagens, como um espelho, que somente é possível de acontecer com seres VIVOS. Portanto, Maria aparece na tilma como uma pessoa VIVA. Dentro desta córnea foram encontradas as seguintes figuras:

1) Um indígena sentado com a pernas cruzadas; posição típica dos inkas daquela região;

2) O rosto de um ancião com características espanholas; identificado como sendo a face do bispo. Foram comparados quadros pintados com a figura do bispo com a imagem contida na córnea da Virgem e constataram que era realmente o bispo;

3) Um outro espanhol, que, como se sabe, servia de intérprete entre o bispo e Juan Diego;

4) Uma mulher negra. Sabe-se, historicamente, que o bispo libertava os escravos e que havia uma que trabalhava na sede episcopal e que se chamava Maria;

5) Uma família com seis pessoas, dentre elas, crianças. A Igreja vê neste fato uma chamada de atenção de Nossa Senhora para a importância da família, hoje em dia tão atacada;

6) Um índio com a tilma abaixada (esticada) contendo a imagem. Esta figura é a de Juan Diego.

Verificou-se igualmente que todas estas figuras olham para a mesma direção; olham para Juan Diego que traz em si a sagrada estampa da Virgem Maria.

Foram 20 anos de estudos para se chegar a este laudo científico.


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